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Conhecendo as Distorções Cognitivas


Certamente a vida já te ensinou que cada pessoa pensa de uma forma, que cada um tem uma interpretação sobre as situações. Mas além disso, você sabia que é muito comum cometermos erros de pensamentos? Quando estamos sob alguma condição psicológica negativa, torna-se ainda mais comum. Chamamos esse “erro” de “distorção cognitiva”: é uma maneira distorcida de processar uma informação, são interpretações enviesadas do que nos acontece, criando diversas consequências negativas. A identificação dessas é de suma importância para ajustarmos o percurso e corrigirmos tais erros. Em uma analogia, podemos nos perguntar: “com que óculos estou enxergando a minha vida hoje?”

Personalização: quando nos sentimos 100% responsáveis pelos acontecimentos. Exemplo: o livro que o marido escreveu não foi aprovado pela editora. A esposa pensa que não o apoiou o suficiente, que se tivesse feito isso melhor, tudo teria dado certo.

o filho do Pedro fez um exame e não passou. O Pedro pensa logo ter fracassado na educação do seu filho, acha que cometeu algum erro, porque se tivesse feito tudo bem feito, seu filho teria aprovado.

Filtro mental: quando focamos apenas os aspectos negativos e ignoramos o restante da informação. O negativo é observado e assimilado. O positivo é simplesmente ignorado, esquecido. Exemplo: Leticia sempre conduziu bem as reuniões na empresa, um dia seu chefe mediato estava presente e fez uma crítica à forma como expressou determinado resultado da sua equipe. Leticia sentiu-se mal e passou a acreditar que era uma péssima gestora.

Esta distorção também pode aparecer quando acreditamos que se algo aconteceu uma vez, acontecerá sempre. Exemplo: Mariano faz o mesmo percurso de carro para chegar à sua casa, um dia precisou mudar o caminho para dar carona à sua tia. No meio deste novo percurso, furou o pneu. Ele passou a acreditar que precisa sempre fazer o mesmo caminho para que nada dê errado.

A Maria preparou um prato para um jantar e convidou nove amigas. Quase todas adoram a refeição da Maria, à excepção da Cristina, que disse que o prato estava um pouco salgado. Maria sente-se mal por isso e passa a achar que cozinha terrivelmente mal -

Ela só absorveu o negativo, ignorando totalmente os aspectos positivos.

. Por exemplo: O João terminou com a Sonia depois de dois anos e meio de relação. A Sonia pensa “ninguém vai gostar de mim”, “nunca mais encontrarei alguém que queira ficar comigo”.

Maximização e Minimização: essa distorção cognitiva consiste em maximizar os nossos próprios erros e os acertos dos outros e, minimizar os próprios acertos e os erros dos outros. É colocado um peso exagerado ou subestimado quando comparado com o real.

“Eu nunca vou conseguir ser melhor que ele, eu faço sempre tudo errado... já ele, sempre acerta tudo.”

“Não importa quantas coisas fiz corretamente no passado, elas não têm importância. O que importa agora é que cometi um erro gravíssimo.”

Pensamento dicotômico (tudo ou nada): envolve uma extrema valorização dos acontecimentos, sem levar em conta os aspectos intermediários. É o famoso pensamento tudo ou nada. Nesse olhar, classificamos as coisas como brancas ou pretas, verdadeiras ou falsas, boas ou más. Não há meio termo. Exemplo: “Se eu não chegar em primeiro lugar, todo o meu treino terá sido em vão...”, ou quando uma pessoa perde um emprego e pensa “sou completamente inútil!”

Catastrofização: ocorre quando aumentamos negativamente a intensidade do problema sem considerar ser possível nenhum outro resultado positivo. Exemplo: “Minha mãe nunca demora assim para chegar, deve ter acontecido alguma coisa horrível”. “Vou esperar o resultado do exame, mas já sei que tenho algo muito grave e não vai ter jeito.” “Esse dia não tem como ficar melhor, esta notícia estragou minha vida!”

Generalização: quando diante de uma situação específica negativa, generalizamos todo o resto. É a famosa afirmação: “Se uma vez foi verdade, será sempre assim”. Exemplos: “Eu nuca consigo acertar nada mesmo”; “Nunca vou ser feliz”; “Eu nunca termino o que começo”; “Essa sensação ruim vai durar para sempre”; “Nunca mais vou conseguir ser saudável como antes”.

Raciocínio emocional: quando entendemos as situações baseado apenas naquilo que estamos sentindo, enxergando esta como a única verdade possível. Acreditamos assim que nossas emoções refletem as coisas como elas são. Exemplos: “Estou me sentindo triste, logo sou depressiva!” ou “Se eu sinto assim é porque essa é a verdade.”

Afirmações como “deveria fazer isso…”: são crenças rígidas e inflexíveis de como nós ou os demais deveríamos ser. As exigências concentradas em si favorecem a autocrítica, enquanto as dirigidas aos outros favorecem a raiva, a ira e a agressividade. Exemplos: “Eu deveria ter feito isso de outra maneira, assim teria dado certo”, “Não devo cometer erros”, “Os outros devem sempre entender o que sinto”; “Devo agradar a todos.”; “Para dar certo, o outro deve fazer como eu faço”, “O meu jeito é o certo”.

Leitura da mente: consiste em afirmar que determinadas suposições são certas, mesmo que não exista nenhuma evidência que a comprove. Acreditar que sabe o que os outros pensam e o motivo pelo qual se comportam de determinada maneira. “O que ele quer é tirar vantagem da situação”; “O único objetivo desta pessoa é me deixar irritada”; “Eles sentem pena de mim!”; “Eles acham que sou fraca por ter essa doença”; “Ela está pensando que estou errada.”

Predição do Futuro: consiste em adivinhar o que vai acontecer no futuro, mesmo sem nenhuma evidência para tal. “Tenho certeza que minha apresentação vai ser um fracasso.”; “Ninguém vai me dar atenção na festa.”; “Minha cirurgia e minha recuperação serão muito difíceis.”

Rotulagem: utilizar rótulos pejorativos para nos descrevermos, ao invés de descrever os nossos atos e qualidades com objetividade e exatidão. Por exemplo: “Sou inútil!” ao invés de “Cometi um erro, mas nem sempre faço isso.”;

“Sou fraca” ao invés de “Esta situação está difícil para mim, mais que as outras.”; “Sou incompetente” ao invés de “Não me dei bem nesse tipo de tarefa”.


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